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Golpes por telefone: como se proteger

Golpes por telefone e WhatsApp aumentam: descubra como identificar tentativas, proteger sua conta bancária e evitar perdas com ações práticas e rápidas


Como bancário e profissional que acompanha diariamente o aumento de tentativas de fraude contra correntistas, sinto que é meu dever repetir um aviso claro: os golpes estão cada vez mais sofisticados — especialmente os iniciados por telefone — e a melhor defesa é informação prática e ações imediatas. Neste artigo reuni dados recentes, os golpes mais comuns, sinais de alerta e um passo a passo para reagir quando alguém liga pedindo dados ou movimentação da sua conta.


O cenário — por que você deve levar isso a sério agora


Os números mais recentes mostram que as fraudes digitais e os golpes contra clientes bancários cresceram de forma expressiva nos últimos anos. Levantamentos sobre 2024 apontam que modalidades como golpe via WhatsApp, falsas vendas e falsas centrais telefônicas foram as mais reportadas pelos clientes às instituições financeiras.


Além disso, pesquisas nacionais indicam que uma parcela significativa da população foi afetada: levantamentos apontam que cerca de 24% dos brasileiros com mais de 16 anos foram vítimas de algum golpe digital no período de 12 meses, o que representa mais de 40 milhões de pessoas. Esse alcance mostra que não é um problema isolado; é um risco de massa.



Empresas de prevenção a fraudes e estudos do setor também registraram volumes enormes de tentativas: em fevereiro de 2025, por exemplo, mais de 1,1 milhão de tentativas de fraude foram identificadas e evitadas no Brasil — o equivalente a uma tentativa a cada poucos segundos. Isso indica que os golpistas operam em escala.


E os impactos financeiros são reais: análises do mercado apontaram que só na primeira metade de 2024 as tentativas de fraude somaram cerca de R$ 1,2 bilhão em perdas potenciais ou detectadas, mostrando o dano econômico que essas fraudes podem causar.


Por fim, registros de reclamação e de comunicação pelas instituições identificaram o golpe do WhatsApp como uma das abordagens mais usadas em 2024, com centenas de milhares de reclamações relacionadas a essa via de contato. Isso mostra um padrão: os golpistas priorizam canais com grande penetração (telefone, WhatsApp) e alta confiança social.

Em resumo: os golpes são numerosos, atingem milhões e têm alto impacto financeiro. Não subestime uma ligação que pareça “só mais uma”.

Os golpes por telefone e métodos relacionados mais comuns

Abaixo estão as técnicas que você precisa conhecer — não para ter medo, mas para agir com clareza:


  1. Falsa central / falso funcionário do banco — o golpista se apresenta como funcionário, liga dizendo que há movimentação suspeita e pede códigos, tokens ou senha. Frequentemente pede também para “confirmar” um valor por SMS/WhatsApp. (muito reportado em 2024).

  2. Golpe do WhatsApp — o criminoso clona ou finge ser um contato, pede transferências, códigos de verificação ou indica links de “confirmação” que instalam malware. Foi uma das modalidades mais denunciadas em 2024.

  3. Smishing / SMS fraudulento — mensagens falsas que simulam avisos do banco e induzem a clicar em links que capturam credenciais. Pesquisas recentes mostram crescimento rápido nessa modalidade.

  4. Falsas vendas e boletos adulterados — anúncio falso por telefone ou mensagem, convencendo a pessoa a pagar com boleto ou PIX para um “produto” que não existe. As falsas vendas foram muito citadas nas estatísticas do setor.

  5. Golpe do suposto sequestro ou emergência familiar — pressão emocional para que a vítima envie dinheiro imediatamente. Usa medo e urgência para bloquear o raciocínio.


Como identificar uma ligação suspeita — sinais de alerta


Aprenda a ver as pequenas “falhas” que entregam um golpe:


  • Urgência e pressão: “Tem que transferir agora”, “não pode falar com ninguém”, “sua conta será bloqueada em minutos”. Golpistas usam pressão para evitar que você pense.

  • Pedidos de senhas, códigos ou token: nenhum banco pede sua senha completa por telefone. Nem código de validação que você recebeu por SMS/APP.

  • Solicitação para instalar apps ou clicar em links: instruções para instalar app, acessar link ou liberar acesso remoto são sinais de ataque.

  • Número mascarado ou identificação inconsistente: golpistas usam spoofing para parecerem números oficiais; se o número parecer estranho, desligue e ligue diretamente para o banco.

  • Inconsistência na conversação: erros de formalidade, pedido de detalhes que o banco já tem, ou fala evasiva sobre regras do banco.

  • Tentativa de confirmar dados pessoais que já são públicos: se o interlocutor sabe seu CPF ou endereço, pode ser porque esses dados vazaram — isso é alerta adicional.


Se alguém ligar para você: passo a passo prático


  1. Pare e não ceda à pressão. Respire. Golpistas contam com reações imediatas.

  2. Não forneça senhas, códigos ou números do token. Só forneça dados pessoais em canais oficiais e com autenticação por você iniciada.

  3. Pergunte o nome, cargo e ramal. Depois desligue e ligue no número oficial do banco (não retorne para o número que ligou).

  4. Use o app oficial do banco para checar notificações — se houver suposta “bloqueio”, o app costuma exibir alertas oficiais.

  5. Se recebeu link por SMS/WhatsApp, NÃO abra. Apague e reporte ao banco.

  6. Se houve transferência não autorizada, contacte o banco imediatamente e registre ocorrência policial. Quanto mais rápido, maiores as chances de bloqueio/estorno.

  7. Registre e reporte — guarde horário, número, gravação (se possível) e comunique o banco e polícia.


O que seu banco e as autoridades estão fazendo


Bancos, federações e autoridades vêm firmando parcerias (alianças nacionais e iniciativas setoriais) para compartilhar dados, bloquear contas suspeitas e educar consumidores. As instituições também investem em detecção automatizada de tentativas de fraude e em campanhas de conscientização. Ainda assim, os números mostram que os golpes continuam em alta, o que torna a prevenção individual imprescindível.


Checklist rápido para proteger sua conta (imprima ou salve)


  • Nunca compartilhe senhas ou códigos recebidos por SMS/APP.

  • Habilite autenticação adicional (biometria e autenticação em duas etapas).

  • Mantenha o sistema do celular atualizado.

  • Não clique em links de mensagens não solicitadas.

  • Ative alertas por e-mail/SMS para movimentações.

  • Use bloqueio de tela e senha forte no aparelho.

  • Ao menor sinal de fraude, contate seu banco e registre ocorrência.


Boas práticas para empresas e profissionais que lidam com clientes por telefone


Se você trabalha em atendimento bancário ou tem contato com clientes:


  • Treine sua equipe para identificar tentativas de fraude e orientar clientes.

  • Nunca solicitar senhas por telefone; padronize respostas para clientes que recebam ligações suspeitas.

  • Divulgue canais oficiais e formas que o banco realmente usa para avisos.

  • Informe o cliente a não retornar através do número recebido, e sim usar os canais da instituição.


Conclusão — responsabilidade compartilhada


Os golpes por telefone e por aplicativos como WhatsApp cresceram porque combinam escala (muitos alvos) com engenharia social (confiança quebrada). As estatísticas deixam claro que muitos já foram afetados e que as tentativas continuam em ritmo acelerado. Por isso, informação e medidas simples de prevenção salvam dinheiro e tranquilidade.


Se você é bancário: continue alertando seus clientes. Se é cliente: compartilhe este artigo com familiares (especialmente idosos) e colegas. A melhor defesa é coletiva — quanto mais pessoas souberem reconhecer um golpe, menor será a vitrine de oportunidades para criminosos.


Fontes principais usadas neste artigo (resumo)


  • Levantamentos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) sobre golpes mais reportados em 2024. Febraban Portal

  • Reportagem com dados por modalidade e número de reclamações (Agência Brasil / EBC) sobre golpes mais aplicados em 2024. Agência Brasil

  • Pesquisa do DataSenado apontando porcentual da população afetada por golpes digitais. Senado Federal

  • Indicadores da Serasa Experian sobre tentativas de fraude identificadas e evitadas em 2025. Serasa Experian

  • Estudo com estimativa de perdas e tentativas na primeira metade de 2024 (ClearSale / cobertura jornalística). CNN Brasil


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