Depois do que aconteceu em São Paulo, no massacre em uma escola, ponderei escrever um artigo, em que uma grande amiga, que é psicóloga, já havia debatido sobre massacre em escolas.
Mas deixara de lado. Mas diante do que ocorreu hoje em Blumenau, Santa Catarina, achei melhor publicar.
Massacres em escolas são eventos trágicos que chocam a sociedade e geram questionamentos sobre as causas e as formas de prevenção. Embora sejam mais frequentes nos Estados Unidos, onde a posse de armas é legalizada, esses ataques também ocorrem em outros países, inclusive no Brasil. Neste artigo, descreveremos detalhadamente algumas das razões que podem levar a esses episódios de violência extrema.
Uma das razões mais apontadas por especialistas é o bullying, ou seja, a prática de humilhar, agredir ou excluir alguém de forma repetitiva e intencional. Segundo um levantamento feito pelo psiquiatra Timothy Brewerton com dados dos 66 ataques em escolas que ocorreram entre 1966 e 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying sendo motivados por desejo de vingança. O bullying pode causar danos psicológicos graves, como depressão, ansiedade, baixa autoestima e isolamento social, que podem levar a comportamentos agressivos ou suicidas.
Outra razão que pode influenciar os massacres em escolas é a influência de outros casos similares. Muitos atiradores se inspiram em exemplos anteriores, como o massacre de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999, que deixou 13 mortos e 24 feridos. Esse ataque foi executado por dois alunos da escola, que também se suicidaram. Segundo pesquisadores da Universidade do Alabama, esse foi o caso mais imitado na história dos Estados Unidos, tendo sido referenciado por pelo menos 14 atiradores posteriores. Além disso, a mídia pode contribuir para a divulgação e a glorificação desses atos, dando visibilidade e notoriedade aos autores.
Uma terceira razão que pode estar por trás dos massacres em escolas é a falta de apoio familiar e social. Muitos atiradores apresentam histórico de abuso, negligência ou violência doméstica em suas famílias. Alguns também sofrem de transtornos mentais, como esquizofrenia ou psicopatia, que dificultam a empatia e o controle dos impulsos. Esses fatores podem gerar sentimentos de raiva, frustração e ressentimento, que podem ser canalizados para a violência. Além disso, a falta de acompanhamento profissional ou de redes de suporte pode impedir que essas pessoas recebam ajuda adequada.
Diante dessas razões, é importante buscar formas de prevenir os massacres em escolas. Algumas medidas possíveis são:
- Promover uma cultura de respeito, tolerância e diálogo nas escolas, combatendo o bullying e estimulando a convivência pacífica entre os alunos.
- Monitorar o acesso e o uso de armas pelos jovens, restringindo a posse e o porte ilegal e conscientizando sobre os riscos e as responsabilidades envolvidos.
- Aumentar a segurança nas escolas, com câmeras, alarmes e protocolos de emergência para casos de ameaça ou invasão.
- Identificar e acompanhar os alunos que apresentam sinais de sofrimento psicológico ou comportamento violento, oferecendo orientação e encaminhamento para serviços especializados.
- Fortalecer os vínculos familiares e sociais dos jovens, incentivando a participação em atividades culturais, esportivas ou comunitárias que favoreçam o desenvolvimento pessoal e social.
Massacres em escolas são fenômenos complexos e multifatoriais, que exigem uma abordagem integrada e multidisciplinar. Somente assim será possível evitar que mais vidas sejam perdidas ou traumatizadas por esses atos de violência sem sentido.
Listarei abaixo uma bibliografia e alguns artigos que tratam sobre o tema "massacre em escolas":
Bibliografia:
"Columbine", de Dave Cullen, falei dele aqui.
"Nunca Mais", de Ana Carolina Cáceres
"O Massacre de Realengo", de Caco Barcellos
"Por Trás das Máscaras", de Maria Fernanda Salcedo Repolês
"A Morte na Escola", de Cristina Dias Allessandrini
"Todas as Cores do Sangue", de Rodrigo Trespach
Artigos:
"Viver na escola: indisciplina, violência e bullying como desafio educacional", de Mariana Gaio Alves
"Maneira mais eficiente de evitar massacres em escolas é identificar depressão adolescente, diz autor de Columbine", da Revista Crescer
"Ataques em escolas têm um impacto na saúde mental dos sobreviventes, levam a um desempenho educacional mais baixo e têm um impacto mais amplo na vida escolar, sugerem vários estudos", da BBC News
"Piores massacres em escolas no mundo na última década", do Correio Braziliense
"8 massacres em escolas que chocaram o mundo", da Revista Superinteressante
Essas referências podem ser úteis para quem deseja estudar e entender melhor sobre o tema de massacres em escolas. No entanto, é importante lembrar que esse assunto é extremamente delicado e pode ser desencadeador de emoções fortes em algumas pessoas, por isso, é importante lidar com o tema com cuidado e empatia.
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