Você, assim como nós (clichê), que vê e ouve falar O TEMPO TODO sobre as eleições dos Estados Unidos, na mídia, inclusive na nossa, tem, abaixo, a oportunidade de descobrir, como funciona a eleição estado-unidense (Não de norte americanos, são também os canadenses e mexicanos).
As eleições nos Estados Unidos são um evento grandioso, acompanhado pelo mundo todo. E não é para menos! Com um sistema político que influencia políticas globais, entender como é o processo eleitoral americano ajuda a compreender o impacto das escolhas políticas no país. Mas por que esse sistema é tão complicado? E o que torna as eleições americanas diferentes de outras democracias?
Exploraremos todos os aspectos, desde as primárias até a posse, com o máximo de clareza possível. Prontos para entender esse quebra-cabeça político?
Ah! Uma coisa, a intenção não é criticar isso ou aquilo, ou esse, ou aquele candidato. Até porque somos brasileiros, e nossa intenção é só trazer uma explicação didática para o evento.
Estrutura das Eleições Americanas
Para entender o sistema eleitoral dos EUA, precisamos dividi-lo em etapas. Vamos ver como tudo funciona!
1. As Eleições Primárias e Caucuses
Antes mesmo de chegarmos à eleição presidencial, há um longo processo de escolha dos candidatos de cada partido. Aqui, cada estado organiza suas próprias eleições primárias ou caucuses, as quais são reuniões partidárias.
Eleições Primárias: São similares às eleições convencionais. Os eleitores votam diretamente no candidato que preferem para representar o partido.
Caucuses: São reuniões locais onde os eleitores discutem os candidatos e decidem seu apoio de forma mais aberta.
Esses processos ocorrem em meses diferentes para cada estado. Um detalhe interessante é que o estado de Iowa, tradicionalmente, abre a temporada de caucuses, enquanto New Hampshire inicia as primárias.
2. Convenções Partidárias
Após as primárias, os partidos realizam convenções nacionais. Esses eventos costumam ser grandes produções, com discursos de apoio aos candidatos e definições das plataformas eleitorais dos partidos.
Durante a convenção, cada estado tem delegados que representam a escolha dos eleitores locais.
No final, os partidos anunciam oficialmente seus candidatos a presidente e vice-presidente.
3. Campanha Eleitoral
Depois da confirmação dos candidatos, começa a fase intensa das campanhas. Essa etapa é marcada por debates públicos e estratégias publicitárias. As campanhas americanas costumam ser das mais caras do mundo! Em 2020, estima-se que os candidatos gastaram cerca de US$ 14 bilhões, um valor recorde.
É interessante notar que, nos Estados Unidos, empresas privadas e indivíduos podem doar para as campanhas, aumentando o impacto de doadores bilionários.
4. O Dia da Eleição e o Voto Popular
As eleições presidenciais acontecem na primeira terça-feira de novembro a cada quatro anos. Nesse dia, milhões de americanos vão às urnas escolher seu candidato preferido.
Porém, ao contrário de sistemas como o brasileiro, em que o voto popular decide diretamente o vencedor, nos EUA o processo é indireto.
Colégio Eleitoral: A Peculiaridade do Sistema Americano
Aqui entra um dos elementos mais únicos das eleições americanas: o Colégio Eleitoral. Esse sistema foi criado pelos fundadores da nação como uma forma de equilibrar o poder entre estados grandes e pequenos.
Como Funciona o Colégio Eleitoral?
Cada estado tem um número específico de "eleitores", baseados no número de senadores e deputados que possui no Congresso. Ao todo, o Colégio Eleitoral tem 538 eleitores, e o candidato precisa de pelo menos 270 votos desses eleitores para vencer a eleição.
Vencedor-Leva-Tudo: Em quase todos os estados (exceto Nebraska e Maine), o candidato que ganha a maioria dos votos populares leva todos os votos do Colégio Eleitoral do estado.
Impacto dos Swing States: Alguns estados, como Flórida e Pensilvânia, são chamados de “swing states” porque não têm uma preferência política fixa. Eles costumam decidir o resultado da eleição.
Vantagens e Desvantagens do Colégio Eleitoral
Vantagens
Equilíbrio de Poder: Pequenos estados ganham mais importância do que teriam em uma eleição direta.
Segurança e Controle: É visto como uma forma de proteger o processo eleitoral de grandes fraudes e garantir uma transição organizada.
Desvantagens
Desconexão do Voto Popular: Não é incomum que um candidato vença o voto popular, mas perca no Colégio Eleitoral (como aconteceu com Al Gore em 2000 e Hillary Clinton em 2016).
Representação Desigual: Estados menos populosos têm maior peso no Colégio Eleitoral em relação ao número de habitantes.
Aqui abro um parêntese e recomendo assistirem um filme na HBO que aborda, de uma maneira divertida, a confusão que é a participação deste Colégio Eleitoral.
Chama-se Recontagem:
O Papel dos Partidos e da Suprema Corte:
Os partidos Republicano e Democrata dominam as eleições americanas, mas outros partidos menores também participam. No entanto, devido ao sistema majoritário, é muito difícil para esses candidatos ganharem relevância nacional.
Além disso, a Suprema Corte dos EUA desempenha um papel essencial, interpretando a Constituição e resolvendo disputas legais que surgem durante o processo eleitoral.
Recontagens e Disputas Legais
Em eleições acirradas, os estados podem optar por fazer uma recontagem dos votos. Esse processo é comum em estados decisivos e pode até levar o resultado da eleição ao Supremo Tribunal, como aconteceu na eleição de 2000.
Posse e Transição de Poder
Após a vitória, o presidente eleito começa o processo de transição, montando sua equipe e sendo informado sobre questões de segurança nacional.
Data da Posse: A posse ocorre em 20 de janeiro do ano seguinte à eleição.
Cerimônia: É um evento altamente simbólico, com juramento de lealdade à Constituição e presença de autoridades e líderes mundiais.
Curiosidades Sobre as Eleições Americanas:
Quarta Revolução Digital? As eleições americanas têm cada vez mais influência das mídias sociais e da internet, alterando o comportamento dos eleitores.
Voto Antecipado e Pelo Correio: Muitos estados permitem que os eleitores votem antecipadamente ou pelo correio, especialmente após a pandemia de COVID-19.
Os Super PACs: São comitês de ação política que podem arrecadar quantias ilimitadas de dinheiro para apoiar candidatos, mas sem coordenação direta com eles.
Conclusão
As eleições nos Estados Unidos são um exemplo de democracia complexa e cheia de nuances. O processo, que vai do voto popular ao Colégio Eleitoral, é desenhado para equilibrar o poder e garantir que todas as vozes sejam ouvidas, embora tenha suas falhas e críticas.
Agora que você sabe como funciona, já está preparado para acompanhar as próximas eleições americanas com um novo olhar. Afinal, entender como a maior potência do mundo escolhe seus líderes é essencial para compreender o impacto global dessas escolhas.
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