O peso envolto às suas desculpas fez sentido quando li aquela mensagem escrita num guardanapo de bar de quinta, que visitamos, no mês passado.
Senti a tua real intenção em não me machucar mas que ao mesmo tempo me ferisse pela verosimilhança. É difícil acreditar que o amor dá-nos uma espécie de lucidez crua após a fase do encantamento.
Essa bigorna, em forma de mensagem, balançou meu coração: eu não esperava ser tão achocalhado. Esperar é um modo de chegada e talvez você já tenha partido sem mim. Esqueceu-se-me à deriva de seus dias, de seus atos, de suas conquistas e pensamentos. Quando foi que eu parei de existir pra você?
O motivo sempre está lá.
Livrai-nos do olhar de encantamento severo, do brilho eterno da melodia de amor e da leveza de achar que pertencimento é colo de mãe, casa de avó.
(Túlio Santos)